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O consumo como fuga aos problemas

Sempre nos deparamos com aquelas propagandas em que o produto é minimizado por um contexto surreal apresentado, como um carro novo, por exemplo, o carro em si é pouco mostrado, temos uma enxurrada de informações de como nossa vida poderia ser caso tivéssemos aquele produto.

Se você, leitor, não vê isso com maus olhos, sinto em lhe dizer, você corre um sério risco de ter tido seu senso crítico fumegado pelo capitalismo e suas garras perversas. Isso não é dito como um sensacionalismo para que você compre a ideia do socialismo ou até mesmo do comunismo, mas é dito dessa forma como um alerta.

Há tempos atrás em uma das redes sociais famosas usadas foi visto uma postagem dizendo a seguinte frase: não venda seu produto, venda a vida que seu cliente pode ter caso compre de você. Essa frase soou um tanto quanto injusta e desleal, pois na realidade produtos não mudam vidas, muito menos posições emocionais nas quais nos encontramos hoje, muito pelo contrário, a ausência deles só faz com que nos coloquemos num patamar abaixo do esperado socialmente, como se a definição de sucesso ou de bem-estar fosse adquirida numa loja de franquia.

A psicanálise em seus diversos estudos e apresentações teóricas nos mostra a relação do consumo com a fuga para o “bem-estar”, a psicologia como um todo tem, cada dia mais, se deparado a esbarra-se nessa temática, afinal vivemos num planeta com desigualdades sociais aos montes e que “ser ou não ser” se torna “ter ou não ter”, pois nosso status quo é definido pelas métricas alcançadas em nossos extratos bancários, em nossas redes sociais, em nossas carteiras, etc.

A verdadeira ideia do capitalismo não é que você possa ficar ricx, mas sim que você seja enganado de que se está lendo isso em um Iphone, ou Ipad, ou um notebook mesmo você pode ser importante e relevante, mas na verdade mesmo isso é meramente uma forma de controle social para que você, cada vez mais, se endivide e enriqueça mais os grandes donos do capital.

Ao final de tudo isso você, caro leitor, pode pensar: eu sou dono do meu capital. Mas na verdade, nem os próprios ricos mesmo são donos de capital, por isso bem vindx ao seu chá revelação social: você é proletariado. Sim, assim como eu, que escrevo isso e como muitos outros, caso você precise aproveitar o final da semana, pois em plena segunda o trabalho começa novamente, novamente digo: você faz parte da classe trabalhadora. Por isso meu querido leitor, pense bem antes de comprar qualquer coisa, antes de pensar qualquer coisa, pois somos controlados pelo dinheiro que não temos, afinal a palavra “estabilidade” é assustadora não é mesmo?

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